O que aconteceu no Líbano no início do mês foi assustador. Será que os portos aqui do Brasil estão preparados e tem medidas de segurança eficientes contra incêndios e explosões?
O Porto de SUAPE é um dos principais portos do Brasil, e tivemos a honra de receber Paulo Coimbra, Diretor de Operações – SUAPE, na 20ª edição do Security Talks Online. Durante o programa, ele falou sobre a importância dos investimentos em inovação, modernidade, melhorias e manutenção no setor portuário, porta de entrada para a economia do Brasil, como as indústrias naval, petrolífera, automotiva, de componentes eólicos, granéis, produtos químicos, entre outros.
Sobre SUAPE
Localizado em uma posição geográfica privilegiada por abranger a região nordeste do Brasil e estar próximo à Europa, EUA e na linha da rota do canal do Panamá, SUAPE é o 5º maior porto público nacional, movimenta cerca de 24milhões de toneladas por ano, é um HUB de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) e granéis líquidos, entre muitas outras atribuições. Se preocupa com inovação e conta com uma parceria de sucesso com a Avantia para monitorar, vigiar e melhorar os sistemas de identificação contra tentativas de invasão e movimentação de pessoas sem autorização pela área.
Armazenamento de Materiais Explosivos
Dentro da estrutura da ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários, existem deliberações definidas para lidar com produtos perigosos. Auditorias anuais são realizadas para verificar armazenagem de produtos perigosos, com critérios sobre locais de armazenamento, trânsito do material e demarcações físicas das áreas para segregação de produtos avariados. Em SUAPE há empresas que operam com materiais perigosos, incluindo o Nitrato de Amônio, protagonista da explosão recente do Líbano, e rígidas normas são seguidas com base às regulamentações da ANTAQ e outras, como o ISPS Code, código de segurança internacional aplicável tanto aos navios, quanto às instalações portuárias.
O Nitrato de Amônio e acidentes
O Nitrato de Amônio, NH4 NO3, é o maior fertilizante do mundo, o consumimos no Brasil, até mesmo para uso em jardins. Mas calma: este não é um composto perigoso e não explode com facilidade. Para entrar em processo de explosão é preciso entrar em contato com altas temperaturas.
Infelizmente, grandes acidentes já aconteceram pelo mundo, pela falta de informação em como armazenar ou cuidar do produto. Para o seu armazenamento, a área deve ser ventilada, bem iluminada, com iluminação à prova de explosão, a parte elétrica deve estar bem isolada, pessoas não autorizadas não devem circular próximo à área, atividades de solda e corte devem ser evitadas nas proximidades, entre outras medidas que requerem disciplina e formalidade nos protocolos de segurança.
No Porto de SUAPE, estas medidas de segurança são seguidas à risca. Este produto está estocado em uma condição favorável aos requisitos de segurança, que inclusive receberam um reforço nos protocolos. No último dia 13 de agosto de 2020, após o acidente do Líbano, a ANTAQ publicou uma nova resolução, que tem como base um estudo profundo dos acontecimentos envolvendo o NH4 NO3 pelo mundo. As novas medidas de segurança que estão propostas na adequação, estão sendo praticadas nos armazéns que fazem operações ou armazenamento deste e outros materiais explosivos.
Como sempre, evoluímos e aprendemos após crises.
Acompanhe mais informações, a partir desta rica conversa que tivemos no episódio nº 20 do Security Talks Online, na íntegra:
Assista os episódios anteriores aqui
